quarta-feira, 26 de março de 2008

Nampula, lembrando o tempo de tropa...

Com dedicatória aos meus camaradas de armas (...melhor dizendo, de caneta!), que em 1971/73 aqui prestaram serviço militar, inicio a visita a Nampula pelo local (presumo eu!...) onde Neutel de Abreu, em Novembro de 1907, terá instalado o Comando Militar de Macuana. Foi mais ou menos aqui que, com os soldados da 5ª Companhia Portuguesa do Posto de Corrane, a que se juntaram os homens cedidos pelo poderoso Mucapera - Rei da região da Macuana - foi construído o posto de Nampula que, segundo uma biografia de Neutel de Abreu (Manuel Ferreira - Lisboa 1946), era um "local formosíssimo, a 440 metros de altitude, onde hoje se encontra o quartel das forças militares. Lá longe, alargava-se a beleza extrema da floresta e, ao sul, a recortar-se no espaço, a serra Mihôvo, que se assemelha ao rosto e corpo de um negro. Sobre o verde-escuro das serranias, o céu, no entardecer, tingia-se de escarlate...”
Esta área de Nampula, nos anos 1950 - 60, ainda era conhecida como as companhias...
As imagens seguintes, retiradas do volume VII (distrito de Moçambique) dos álbuns de José dos Santos Rufino, publicado em 1929, mostra a sede da Administração de Nampula e a Companhia Indígena em exercícios......em 1972 o aspecto já era o que mostro nas duas fotos seguintes. Tirada mais ou menos na mesma altura (1972) aqui fica uma foto do meu amigo Alberto que mostra a entrada do antigo Quartel General, onde...
...agora está instalada a Academia Militar. A estátua de Neutel de Abreu foi retirada do pedestal que se vê à direita e...
...pousada ao lado da Capela MilitarVista da Capela MilitarAinda nesta praça, em frente à Academia Militar, a Messe de Oficiais (penso que continua a ter estas funções) Ao lado da Messe, caminhando para a direita, aquelas que foram as moradias dos oficiais generais......para a esquerda da Messe, o edifício onde funciona a Cooperação Técnico Militar Portuguesa......mais para a esquerda, na outra esquina, o edifício onde funcionou o super mercado militar e... ...mais para a esquerda, já na avenida, o Anfiteatro da Academia Militar. Na Rua das Flores, dois edifícios ligados à Chefia de Contabilidade e Administração Militar, no primeiro funcionou a Chefia propriamente dita e no segundo a sua secção de vencimentos.Mais afastado do "centro militar", na chamada Rotunda, o edifício onde funcionaram as "Delegações" da Chefia de Contabilidade e Administração MilitarA terminar este post volto à Academia Militar para mostrar pormenor da entrada
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15 comentários:

Anónimo disse...

obrigada por estas recordaçoes

Anónimo disse...

B.Cav 3837 de 71 a 73 pelo Norte de Moç. Só com estas fotos posso recordar por onde andei! Estive em Nangololo(Mueda), Chicoa(Tete) e Ribaué(Nampula)e passei por muitos dos locais por ti fotografados. Praias de Pemba são do melhor que vi pelo mundo...e já levo quatro continentes vistos. Talvez um dia lá volte!
João Guimarães Marques
joao.gmarques@netcabo.pt

Vitor disse...

Também estive em Nampula entre 1972 e 1974 no Agrupamento de Engenharia (CA).
Será que nos conhecemos?
Voltei lá o ano passado para matar saudades...
De qualquer modo, obg pelo magnífico conjunto de textos e fotos.
Alf. Mil. SAM Vitor Ventura

Unknown disse...

Obrigado amigo Taborda pelas boas recordações de Moçambique, sobretudo da Cidade de Nampula, onde estive a prestar serviço militar no Comando Chefe,de Julho de 1972 a Agosto de 1974, apesar de ser marinheiro... a minha unidade era o Comando Naval de Moçambique Avançado numa praça com uma âncora no meio. Tenho pena de não ter visto ainda uma fotografia desse local.
Antes de morrer, gostaria de voltar àquele belo País, para recordar todos os locais por onde passei. E que belos momentos...
Vítor Manuel de Sousa Pereira

joao disse...

é sempre com prazer que se vê imagens dessas terra onde fomos felizes amigo João Taborda

Guilherme Ribeiro disse...

Cheguei a Moçambique em rendição individual a 25 de Maio de 1974, um mês depois do 25 de Abril.
Fui para Nampula aguardar colocação no "mato" coisa própria de um furriel "checa" de armas pesadas. Um amigo de Guimarães sabendo que eu tocava orgão, apresenta-me ao capelão e depois de dois ensaios já estava a tocar na capela militar. Estava o capelão fazer já planos quando entendi explicar a minha situação. No dia seguinte fala com o Comandante da Região Militar que dá ordens para que eu fique a prestar serviço no Pelotão de Recompletamento da CCS/QG.
É pois com muita emoção e saudade que vejo estas fotografias de Nampula e da "minha" Capela Militar.

Anónimo disse...

Andando pelas ruas de Nampula respirasse uma certa nostalgia emanada pelas avenidas, ruas e edifícios originariamente portugueses. É assim esta cidade, onde trabalho actualmente e que não conhecia, cheia de salpicos da nossa história.

Pedro disse...

Em rendição individual,cheguei a Nampula em Abril de 1973, muito "checa" e fiquei a exercer funções no QG. Excluindo as saudades de quem deixei na velha Metrópole foi um tempo maravilhoso que passei em companhia de pessoas igualmente maravilhosas que se disponiblizaram a oferecer-me tudo para que me sentisse em casa. Amigo Capucho onde quer que esteja, contiuno a proferir "o meu eterno obrigado"
Estas fotos são as que me faltavam. Obrigado a quem as disponiblizou.
Pedro (ex-1º Cabo)

Anónimo disse...

Passei por Nampula em 1970, em fim de comissão(18.ªC.C.). Por coincidência encontrei lá descendo uma rua, um vizinho da Metrópole, ex-militar.Uma história, que se contava:
Dizem que um militar/Pouco dado a se lavar/Tirou as botas da guerra/E diz o Neutel de Abreu:/-Ou muito me engano eu/Ou isto é queijo da serra!
jromocontas@sapo.pt

Alberto c. pangaia disse...

Entao este è o lugar onde todo moçambicano pode deixar o seu maximo para este pais marravilhoso! força por que eu tambem ja vou para ai gente.

Anónimo disse...

De um contito já contado:
...Dobrado o Cabo da Boa Esperança, eis-nos na então Lourenço Marques. Ficaram aqui alguns condutores da nossa Companhia para levarem carros até Nampula, fazendo a rodagem. Viagem de 9 dias por estrada, mas de uma beleza excepcional. Com passagem, nomeadamente, em Inhambane, Beira, travessia do rio Zambeze em Mopeia -no batelão que viria a naufragar em 21 de Junho de 1969, quase afogando o meu amigo e conterrâneo, que se agarrou a uma viola-, parque da Gorongoza, finalizando a viagem em Nampula. Daqui seguimos viagem de comboio para Vila Cabral. ...
jromocontas@sapo.pt

MaximinoMartins disse...

Estava neste momento a fazer scaner de algumas fotografias e encontrei uma em que estou frente à estátua de Neitel de Abreu, fiz um esforço de memória (é obra de 1967 a 2012...!) para ver se me lembrava do nome e consegui.
Depois fiz uma pesquisa para saber mais dados e deparei com este sítio...
Foi bom recordar velhos tempos...
Fui furriel na 2ª Companhia de Caçadores de Nampula...a CCAÇMarrupa, onde fiquei "desterrado" 19 meses...!
Abraço aos que passaram por erstas terras e boa saude...

JB disse...

José Carlos Barros
No passado domingo, 18, estive no almoço anual com os camaradas que comigo passaram 2 anos em Moçambique e no qual recordámos os bons, e também alguns menos bons, momentos que passámos naquelas terras de tanta beleza. Estive em Nampula a comandar o Destacamento de Fotografia e Cinema 2162, de Jan de 1970 a Abr de 1972, que estava sedeado nas instalações do QG. As minhas funções permitiram-me fazer algumas deslocações que me deram a possibilidade de conhecer a Provincia de Norte a Sul.
Os meus parabens pela idea de fazerem este blog.
Já agora se alguem tiver fotos do interior do antigo Quartel General, hoje Academia Militar Samora Machel, agradecia que me contatasse para o meu mail.
Um abraço a todos que tiveram o privilégio de conhecer África

jose fava disse...

Já eu estive em Nampula em 1948 no tempo em que as hienas iam vasculhar o lixo das casas e em que praticamente não havia asfalto, nem guerra nem nada disso. Havia apenas as memórias do comte. Neutel de Abreu, Maçon, homem esclarecido a quem se deve o traçado principal de Nampula.
Um grande abraço de saudade para esta terra, que viu nascer a minha irmã.

Unknown disse...

Companheiro José Carlos Barros, li atentamente o seu comentário e foi certainties o Barros que me substituiu no Destacamento de Fotografia e Cinema secçāo instalada no Q. G. da praça Neutel de Abreu. Era furrier miliciano e o capitāo era o companheiro Alfredo Lopes luz. De Riachos. Apreciaria entrar em contacto pela seu Email ou Telefonica. Aqui fica o meu contacto telemócel 917 628 107 o email aqui vai: josecabecinha@hotmail.com. Poderá também utilizar o email abc1945.def@gmail.comFioram tempos realmente inesquecíveis. Receba um abraço de franca amizade.